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Espetáculo de dança ‘Escrita dos Invisíveis’ se inspira na ancestralidade dos povos negros

O desejo de estabelecer uma comunicação entre a ancestralidade negra e a necessidade de reavivar memórias silenciadas é o fio condutor do espetáculo de dança “Escrita dos Invisíveis”, que será apresentado nos estados da Bahia e do Espírito Santo, entre agosto e setembro, sempre com entrada franca.

A montagem é o resultado da parceria entre a dançarina capixaba Yuriê Perazzini e a coreógrafa baiana Vera Passos, artistas com notório saber e reconhecimento público na área das danças urbanas e danças afro-brasileiras.

O projeto compreende três apresentações, dois ensaios abertos e residências artísticas, seguidos por rodas de conversa com as artistas. Também será lançada uma videoarte sobre a linguagem da dança como um produto independente do espetáculo.

O projeto “Escrita dos Invisíveis” foi contemplado pelo Edital nº 10/2022 – Seleção de Projetos de Artes Cênicas no Espírito Santo, da Secretaria da Cultura (Secult).

O calendário de atividades será aberto ao público no dia 29 de agosto, às 20 horas, com um ensaio aberto na Casa de Cultura Somovimento, em Salvador (BA). No dia 31, às 20 horas, haverá apresentação no mesmo espaço dentro da ação Arte em Cena.

O projeto chega a Vitória no dia 10 de setembro, com ensaio aberto no Espaço Cultural Casa Urbana, em Maruípe. No dia 12, segue para a cidade de Conceição da Barra, no norte do Estado, no Instituto Tambor de Raiz; no dia 14, será apresentado na histórica Igreja dos Reis Magos, em Nova Almeida, Serra; encerrando no dia 15, com nova apresentação no Espaço Cultural Casa Urbana.

Saberes

De acordo com Yuriê Perazzini, “Escrita dos Invisíveis” é um trabalho de investigação da memória das populações negras – suas histórias, riquezas, culturas, saberes – em que o corpo será o vetor de comunicação da pesquisa e o veículo que vai estabelecer o diálogo entre artistas e público. “Esse trabalho é fundamental para a ampliação dos saberes, pois irá buscar fatos e feitos que até pouco tempo estavam escondidos, apagados, silenciados; e para a autovalorização de populações negras que habitam territórios capixabas e baianos”, destaca Yuriê Perazzini.

Na sessão de fotos de divulgação do trabalho, assinada por Mariana Garcia, Yuriê aparece diante de figurinos e cenários que representam a devoção aos orixás, o respeito à natureza e a filiação do Brasil à África, traduzindo, em termos estéticos, o conceito que permeia o espetáculo.

Trata-se de uma apresentação solo na qual ela se propõe a conjugar as diferentes linguagens que permeiam sua trajetória de mais de três décadas na dança. “Utilizamos como referência de técnica corporal as danças urbanas, as danças tradicionais afrodiaspóricas, a cultura hip hop, as danças religiosas de matriz africana e a Técnica Silvestre”, afirma Yuriê Perazzini, referindo-se à técnica de dança na qual se trabalha a parte motora do corpo por meio da expressividade e da simbologia dos orixás. 

Elementos

A trilha sonora do espetáculo foi desenvolvida pela artista sonora Flávia Bonelli, juntamente com Yuriê Perazzini, bem como a iluminação, assinada pelo artista André Stefson, em conjunto com a dançarina. Esses elementos de criação foram construídos de modo a complementar e intensificar os sentidos, sensações e textos criados na peça.

Já a videoarte está sendo gravada em Salvador pelos artistas Larissa Leão e João Rafael Neto, com edição de Alexandra Martins, a partir de um roteiro baseado no espetáculo, levando em conta suas imagens, inspirações, reflexões e contextos políticos, estéticos e criativos.

Com a difusão deste trabalho, Yuriê Perazzini almeja o fortalecimento da sensibilidade negra como expressão de um saber e viver coletivo, visando à transformação de realidades dessa população. “‘Escrita dos Invisíveis’ busca a referência e reverência aos ancestrais pretos e pretas, e convoca a atual geração capixaba e baiana a possibilidades de futuro com muito mais sensibilidade, igualdade, força e respeito”, vislumbra a artista.

  • Programe-se:

“Escrita dos Invisíveis”

Espetáculo solo de Yuriê Perazzini

Coreografia: Vera Passos

Duração prevista do espetáculo: 50 min + roda de conversa

Projeto selecionado pelo Edital nº 10/2022 – Seleção de Projetos de Artes Cênicas no Espírito Santo, da Secretaria de Estado da Cultura (Secult-ES)

Ensaio aberto

Data: 29 de agosto

Horário: 20h

Local: Casa de Cultura Somovimento – Rua Democrata, 21, Dois de Julho, Salvador (BA).

Roda de conversa

Apresentação no Arte em Cena

Data: 31 de agosto

Horário: 20h

Local: Casa de Cultura Somovimento – Rua Democrata, 21, Dois de Julho, Salvador (BA), 40.060-100

Ensaio aberto 2

Data: 10 de setembro

Horário:19h30

Local: Espaço Cultural Casa Urbana – Rua Mal. Floriano, 640, Maruípe, Vitória (ES).

Roda de conversa

Apresentação 1

Data: 12 de setembro

Horário: 18h

Local: Instituto Tambor de Raiz – Rua Treze de Maio, 279, Bairro Bugia, Conceição da Barra (ES).

Roda de conversa

Abertura: Grupo de Jongo de São Cosme e São Damião – Mestra Omara

Apresentação 2

Data: 14 de setembro

Horário: 18h

Local: Igreja dos Reis Magos – Travessa Reis Magos II, Nova Almeida, Centro, Serra – ES.

Roda de conversa

Apresentação 3

Data: 15 de setembro

Horário: 20h

Local: Espaço Cultural Casa Urbana – Rua Mal. Floriano, 640, Maruípe, Vitória (ES)
Roda de conversa

  • Sobre as artistas:

Yuriê Perazzini é capoeirista, dançarina, professora, coreógrafa, pesquisadora, artista e gestora do espaço cultural Casa Urbana. Precursora das danças urbanas no Espírito Santo, desde 2002 vem se aprofundando nos estudos da diáspora africana. Em 2009, criou a União de Dançarines do Espírito Santo (UDES) e o Encontro de Danças Urbanas, além de ser criadora da metodologia “Dance Fusion: Como descolonizar um corpo? – Método Moquear”.

Vera Passos atua como coreógrafa, bailarina e professora de dança, acumulando reconhecimento nacional e internacional. Em 1992, ao lado da criadora Rosângela Silvestre, deu início aos estudos da Técnica Silvestre, tendo ministrado seminários sobre esta técnica e sobre os símbolos das danças dos orixás em países da Europa, da América do Norte e da América Latina. Atualmente, atua como diretora da Casa de Cultura Somovimento, em Salvador (BA), fundada por ela em 2020, em conjunto com Nei Sacramento.

  • Ficha Técnica:

Yuriê Perazzini – Dançarina, produção, direção

Vera Passos – Coreografia

Giulyanna Cipriano – Produção executiva

Mariana Garcia – Fotografia

Farley José – Arte gráfica e apoio de produção

Alexandra Martins – Montagem da videodança 

João Rafael Neto – Fotografia e captação da videodança

Larissa Leão – Roteiro da videodança

André Stefson – Criação e concepção da iluminação

Flávia Bonelli – Composição da trilha sonora

Leandro Bonfim – Captação, edição, mixagem e masterização

Zênia Cáo – Criação e concepção do figurino

Thayrone Costa dos Santos – Filmagem

José Roberto Santos Neves – Assessoria de imprensa

Mestra Osmara, do Jongo de São Cosme e São Damião – Residência artística 

Paco Gomes – Iluminação do ensaio aberto em Salvador (BA)

Apoio: Quilombo Porto Grande (ES), Instituto Tambor de Raiz (ES) e Casa de Cultura Somovimento (BA)

  • Siga “Escrita dos Invisíveis”:

Instagram: @moquearsemreceita

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