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Parque Estadual Cachoeira da Fumaça completa 40 anos de conservação e educação ambiental

Neste sábado (24), a Cachoeira da Fumaça, inserida no Parque Estadual de mesmo nome, celebra quarenta anos de conservação. Nesta data, há 40 anos, por meio do Decreto 2.791-E/1984, foi declarada a desapropriação de uma área de 24,2 hectares destinada à implantação do Parque Estadual Cachoeira da Fumaça (PECF). No entanto, essa área não incluía a Cachoeira da Fumaça no perímetro do parque.

A Cachoeira da Fumaça, situada na região turística do Caparaó, teve sua área original desapropriada em agosto de 1984. Com seus 144 metros de altura, é considerada a maior cachoeira do Espírito Santo com água perene e recebeu esse nome devido ao seu volume e força. A queda d’água, ao se chocar contra as rochas, forma uma nuvem de gotículas que se assemelha a uma “fumaça”.

Foi no ano de seu 25º aniversário de conservação, em 2009, que o Parque Estadual Cachoeira da Fumaça foi de fato instituído, por meio do Decreto 2.220-R, de 19 de fevereiro. Na ocasião, seus limites foram ampliados para o tamanho atual, incluindo a famosa cachoeira na unidade de conservação.

Nesse mesmo ano, foi realizada a pavimentação da estrada que liga o PECF à rodovia ES-185. Com a ampliação, o parque aumentou em seis vezes sua área original, atingindo 162,5 hectares. Incluiu, além da Cachoeira da Fumaça, fragmentos conservados de Mata Atlântica, protegendo nascentes e a fauna silvestre de um trecho preservado do Rio Braço Norte Direito.

Com predominância de matas de encosta, matas ciliares e vegetação rupestre, a flora do parque é composta por 222 espécies de angiospermas, pertencentes a 171 gêneros e 60 famílias. Destas, 80,18% são espécies nativas da Mata Atlântica, dentre as quais se destacam bromélias, helicônias, jacarandás, figueiras, angicos e outros.

Na fauna, são conhecidas 30 espécies de mamíferos não voadores, distribuídas em 15 famílias, além de uma diversidade de aves e répteis. Alguns dos representantes da fauna são: teiú, lontra, gato-do-mato-pequeno, jaguatirica, paca, tatu, cachorro-do-mato, maitaca, martin-pescador-grande, entre outros.

Além de abrigar espécies raras e ameaçadas de extinção, a unidade de conservação possui uma espécie endêmica, ou seja, que só existe naquele local e em mais nenhum outro lugar do planeta. Trata-se da espécie Hermanella amere, um inseto da Ordem Ephemeroptera descrito no ano de 2013.

Já em 2023, foi descrita uma nova espécie para a ciência, Dalaechampia soecii, uma planta da Família Euphorbiaceae. Registros como esses mostram como a unidade de conservação possui, além da importância cênica e paisagística, uma significativa importância biológica.

“Além do impacto positivo na preservação ambiental, o parque contribui para a dinâmica socioeconômica do seu entorno. A estrada da Cachoeira da Fumaça, pavimentada, serve como estímulo ao desenvolvimento sustentável da região, seja por meio da agropecuária ou pelo turismo sustentável. A estrada contribui para a geração de novas frentes de trabalho e renda e para o incremento da qualidade de vida da população”, destaca o gestor do PECF, Leoni Contaifer.

Além disso, durante seus 40 anos de existência, uma das atividades desenvolvidas no PECF é a recepção de grupos que aprendem sobre a importância do parque na preservação das espécies da fauna e da flora nativas e percorrem algumas das suas trilhas. “Os grupos são geralmente formados por alunos do ensino fundamental ao superior, que vivenciam na prática o significado da conservação ambiental realizada por esta e outras Unidades de Conservação”, pontuou.

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